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De volta às origens

"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter." Cláudio Abra...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A batalha do Rio

Reproduzo aqui, mais uma vez, o texto do mestre Mauro Santayana. Vale a pena colocar a cabeça para refletir um pouco:

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É um engano identificar a batalha do Rio – e de outras grandes cidades – como mero confronto entre a polícia e delinquentes, traficantes, ou não. Embora a conclusão possa chocar os bons sentimentos burgueses, e excitar a ira conservadora, é melhor entender os arrastões, a queima de veículos, os ataques a tiros contra alvos policiais, como atos de insurreição social. Durante a rebelião de São Paulo, o governador em exercício, Cláudio Lembo, considerado um político conservador, mais do que tocar na ferida, cravou-lhe o dedo, ao recomendar à elite branca que abrisse a bolsa e se desfizesse dos anéis.

O Brasil é dos países mais desiguais do mundo. Estamos cansados do diagnóstico estatístico, das análises acadêmicas e dos discursos demagógicos. Grande parcela das camadas dirigentes da sociedade não parece interessada em resolver o problema, ou seja, em trocar o egoísmo e o preconceito contra os pobres, pela prosperidade nacional, pela paz, em casa e nas ruas. Não conseguimos, até hoje (embora, do ponto de vista da lei, tenhamos avançado um pouco, nos últimos decênios) reconhecer a dignidade de todos os brasileiros, e promover a integração social dos marginalizados.

Os atuais estudiosos da Escola de Frankfurt propõem outra motivação para a revolução: o reconhecimento social. Enfim, trata-se da aceitação do direito de todos participarem da sociedade econômica e cultural de nosso tempo. O livro de Axel Honneth, atual dirigente daquele grupo (A luta pelo reconhecimento. Para uma gramática moral do conflito social) tem o mérito de se concentrar sobre o maior problema ético da sociedade contemporânea, o do reconhecimento de qualquer ser humano como cidadão.

A tese não é nova, mas atualíssima. Santo Tomás de Aquino foi radical, ao afirmar que, sem o mínimo de bens materiais, os homens estão dispensados do exercício da virtude. Quem já passou fome sabe que o mais terrível dessa situação é o sentimento de raiva, de impotência, da indignidade de não conseguir prover com seus braços o alimento do próprio corpo. Quem não come, não faz parte da comunidade da vida. E ainda “há outras fomes, e outros alimentos”, como dizia Drummond.

É o que ocorre com grande parte da população brasileira, sobretudo no Rio, em São Paulo, no Recife, em Salvador – enfim em todas as grandes metrópoles. Mesmo que comam, não se sentem integrados na sociedade nacional, falta-lhes “outro alimento”. Os ricos e os integrantes da alta classe média, que os humilham, a bordo de seus automóveis e mansões, são vistos como estrangeiros, senhores de um território ocupado. Quando bandos cometem os crimes que conhecemos (e são realmente crimes contra todos), dizem com as labaredas que tremulam como flâmulas: “Ouçam e vejam, nós existimos”.

As autoridades policiais atuam como forças de repressão, e não sabem atuar de outra forma, apesar do emplastro das UPPs.

Na Europa, conforme os analistas, cresce a sensação de que quem controla o Estado e a sociedade não são os políticos nem os partidos, escolhidos pelo voto, mas, sim, o mercado. Em nosso tempo, quem diz “mercado”, diz bancos, diz banqueiros, que dominam tudo, das universidades à grande parte da mídia, das indústrias aos bailes funk. E quando fraudam seus balanços e “quebram”, o povo paga: na Irlanda, além das demissões em massa, haverá a redução de 10% nas pensões e no salário mínimo – entre outras medidas – para salvar o sistema.

A diferença entre o que ocorre no Rio e em Paris e Londres é que, lá, o comando das manifestações é compartido entre os trabalhadores e setores da classe média, bem informados e instruídos. Aqui, os incêndios de automóveis e os ataques à polícia são realizados pelos marginalizados de tudo, até mesmo do respeito à vida. À própria vida e à vida dos outros.

domingo, 21 de novembro de 2010

O Islã e as mulheres


Este post foi publicado em abril de 2009 e mostra-se atual em relação à relação do Islamismo com as mulheres.

Para fomentar o debate, republico o texto.

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Em dois livros "A Infiel" e "A Virgem na Jaula", a cientista política Ayaan Hirsi Ali, somaliana de nascimento e atualmente residindo nos Estados Unidos coloca o dedo na ferida ao questionar, aberta e publicamente, a relação do islamismo com as mulheres.

Na primeira parte do livro, Hirsi Ali narra em pormenores como viveu o pão que o diabo amassou. Fugindo de guerras e golpes, morou no Quênia, passou pela Arábia Saudita e viveu longe do pai – um ativista político – mas ao lado da mãe conservadora e da avó, mas conservadora ainda. Mãe e avó não pestanejaram em recorrer à clitoridectomia, ou seja, seu clitóris e grandes lábios são extirpados a seco quando ela era criança. Caso contrário, poderia ser considerada uma prostituta.

As dificuldades e costumes tribais se sucedem em uma narrativa seca, sem rancor, mas com sensibilidade. Na segunda parte, já vivendo na Holanda, para onde fugiu depois de recusar um casamento arranjado pelo pai, Hirsi Ali parte para algumas reflexões, depois de aprender o holandês (com méritos, pois já se comunicava em somali, inglês e um árabe rudimentar) e concluir a faculdade. Não antes de se eleger deputada no parlamento holandês.

Seu principal questionamento é que se os países cristãos devem sofrer porque são infiéis, porque os países muçulmanos é que se vêem envoltos em guerras e uma gritante pobreza? Quando tudo parecia se encaminhar para uma vida menos sofrida, a cientista política viu-se ameaçada e transformada em um Salman Rushdie de saias. Vive debaixo de um aparato militar e é jurada de morte pelos mais radicais e fanáticos que a acusam de profanar o Islã e o profeta Maomé.

Por conta de suas colocações, Hirsi Ali já perdeu um amigo, Theo Van Gogh, cineasta com que fizera o filme “Submissão”. Ele foi encurralado por uma radical e morto. Em seu peito foi cravada uma faca com um bilhete endereçado à escritora. Da forma mais paradoxal, o tal bilhete começava recorrendo a “Alá, o clementíssimo e misericordiossímo”.

Sem a menor dúvida, vale a pena se debruçar pelas quase 500 páginas de “Infiel”. A história, apesar de triste, é muito bem narrada e suas considerações finais a respeito de religiosidade e respeito à individualidade e ao livre arbítrio, são fundamentais em um mundo que precisa cada vez mais de aceitar e respeitar o outro.

Ao final, resta a dúvida: até quando a liberdade de credo deve ser aceita, mesmo que em nome desta fé sejam cometidas atrocidades e flagrantes desrespeitos a direitos humanos dos mais básicos e sem os quais a vida não ter o menor sentido?

Depois de "A Infiel", Ali Ayaan Hirsi Ali joga mais lenha na fogueira com seu livro "A Virgem na Jaula - Um apelo à Razão". A obra reúne alguns ensaios, discursos no Parlamento holandês (onde é deputada) e até o roteiro de "Submissão", filme odiado por nove em cada dez muçulmanos do planeta.

Ayaan Ali entra em temas muito mais que polêmicos, explosivos até, ao questionar o que chama de atraso do mundo muçulmano e seu histórico de violência, principalmente contra as mulheres. "Queremos o nosso Voltaire", brada a autora, fazendo menção a um dos ideólogos do Iluminismo, que por sua vez desembocou na Revolução Francesa e no respeito aos direitos humanos, principalmente o de expressão.

Apesar de respeitar a religião, Ayaan não se furta em questionar Maomé (ou Muhamed, como preferem os mais politicamente corretos) e culpar o islamismo pelo atraso econômico de alguns países que misturam Estado e religião. Ela vai mais além ao afirmar que não há "um muçulmano que tenha feito uma descoberta científica e tecnologia". E sentencia: "numa comunidade de 1,2 bilhão de fiéis, conhecimento e progresso não são aspirações prioritárias".

Ayaan ainda despeja pólvora na fogueira quando alinha, em um capítulo de seu livro, dez dicas para muçulmanas que querem fugir. Merece registro também seu levantamento sobre a "circuncisão feminina", meninas que têm o clitóris arrancado e a vagina suturada para tirar o prazer e mostrar virgindade. Uma prática tribal e que, segundo ela, conta com o "silêncio complacente" dos países desenvolvidos.

* AGENDA : "A Virgem na Jaula - Um Apelo à Razão", de Ayaan Hirsi Ali, editora Companhia das Letras, 224 págs., R$ 39

* AGENDA : “Infiel – A história de uma mulher que desafiou o Islã”, Companhia das Letras, 496 páginas, R$ 49.

Ahmadinejad

Não morro de amores pelo líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Por uma série de motivos que aqui não cabe enumerar.

Mas dar grande destaque à sua "sugestão" de que as iraniana deveriam se casar aos 16 anos é exagerar nas tintas. No fundo, no fundo, o que se quer é atacar a política externa do governo brasileiro.

Tá certo que é questionável certas atitudes do governo Lula com relação ao governo iraniano. Principalmente no caso do apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani.

Mas bater, única e exclusivamente, no Irã revela a chamada indignação seletiva. Em muitos países árabes (e, coindentemente ou não, alinhados com os EUA), há gritantes violações dos direitos humanos.

Há muito mais violência contra a mulher no mundo islâmico e que não chamam tanto a atenção. É o caso da clitoridectomia, ou exrtirpação do clitóris. Ainda muito comum em diversas comunidades e feita para inibir o prazer sexual.

Acho este tipo de barbaridade muito mais grave. E não vejo quase ninguém protestando com a mesma veemencia!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Preconceito e xenofobia

A mocinha tenta estacionar o carrão dentro do supermercado. O carro é grande e, apesar das parafernálias tecnológicas, insiste em não caber na exígua vaga.
Surge o solícito funcionário do supermercado e se dispõe a colocar aquela 'banheira' entre dois carros.
A mocinha desce, entrega a chave com displicência. Não olha no olho do manobrista (que também responde pelas funções de 'Segurança III', 'Ajudante de serviços gerais IV' e 'Pau-pra-toda-obra I'.
Ela não o cumprimenta, nem sequer agradece. Nada. Nem um protocolar balançar de cabeça.

Apenas deixa as chaves com ele e sai, ajeitando o cabelo e olhando o comprimento do vestido.

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Toda essa crônica de costumes é para narrar cena vista há alguns dias e que chamou a atenção deste que vos digita.

A mocinha com seu carrão e sua empáfia é cena cotidiana em um país que ainda não conseguiu se desvencilhar de um persistente ranço escravocrata. E a observação se une à onda xenófoba que assustou uma parte do país.

País que, diga-se de passagem, até pouco tempo atrás ainda tinha edifícios com a divisão entre o elevador social e o de serviço. Empregado, entregador de pizza, preto e pobre? Aos seus lugares, por favor!

Recentemente, colega de profissão reclamava das vagas no estacionamento, lotado, da empresa que a obrigou a deixar o carro na rua. "Não sou pião", vociferava, com a certeza de que o diploma de curso superior a coloca em um patamar superior ao restante da humanidade.

Flagrantes deste desrespeito são diários e silenciosos. Em pleno século XXI algumas pessoas ainda se acham melhores que as outras e dotadas de privilégios sócio-acadêmicos-financeiros que as diferenciam.

A TV repete estereótipos: o mineiro desconfiado, o carioca malandro, o paulista sisudo, o nordestino ingênuo, a loura burra....

E depois nos assustamos quando alguém expõe, às claras, todo esse preconceito subliminar que nos rodeia.

Confundimos, sem o menor pudor e discernimento, direitos com privilégios.
Lamentável!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Definição

"O jornalista político precisa de três livros de cabeceira: a gramática, para saber escrever; a Constituição, para ter respaldo sobreo que escreve; e a Bíblia, para rezar pelas consequências."
(Leandro Mazzini)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

De volta

Eram para ser 15 ou 20 dias. Foi em abril. Tinha planos de aprimorar o blog. Mas não pude.

Preferi passar o período eleitoral e também porque cumpria um contrato de trabalho e achei melhor não me expor e manter o equilíbrio.

Equilíbrio, aliás, fundamental numa campanha onde a intolerância e o patrulhamento ideológico andaram à solta.

Estou de volta e disposto a arejar este espaço, além de dar vazão a uma quase patológica necessidade de escrever.

Volto em breve! Obrigado!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mudança ou reivenção?


Amigos,

Não é necessário mudar. É preciso se reinventar!
Sair da fatídica zona de conforto, para continuar confortável.

Este blog mudará em breve.

Se este que vos escreve conseguir colocar metade dos planos, projetos e ideias em execução, este espaço será bem mais legal que é hoje.

Dentro de uns 15 - no máximo 20 dias - espero colocar em prática tudo que aprendi neste últimos meses que resolvi dar uma guinada na minha carreira.

Mas não se preocupem. Continuarei o mesmo jornalista ranzinza de sempre!

Até a próxima!

Deixe sua sugestão (sem bajulação) ou crítica (mas pegue leve, por favor!)

terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre Armando Nogueira

De tudo que li, ouvi e assisti pela TV, talvez seja o melhor perfil que li a respeito de Armando Nogueira. Sincero, sem ser ofensivo. Elegante, sem puxar, desbragadamente o saco.
O autor é Eliakim Araújo, que já foi apresentador da Globo.


ARMANDO NOGUEIRA, UM SEDUTOR IRRESISTÍVEL

Como jornalista, Armando Nogueira foi um excelente poeta e um prosista de texto refinado. Entrou no jornalismo da TV Globo em 1966, quando o golpe militar estava ainda fresquinho, e lá ficou até 1990, quando o novo presidente, Fernando Collor, convenceu Roberto Marinho a promover Alberico Souza Cruz ao posto máximo do jornalismo global, não que tivesse qualquer objeção a Armando, simplesmente porque precisava premiar o amigo Alberico que teve participação decisiva na edição do debate presidencial e ainda palpitou nos programas especiais que transformaram Collor no indômito “caçador de marajás”.

Armando não foi demitido, pior que isso, sofreu uma “capitis diminutio”. Foi "promovido" a assessor especial da presidência, o que a plebe chama carinhosamente de “aspone”. Dedicou-se então ao jornalismo esportivo, onde, aí sim, foi um verdadeiro mestre da palavra escrita e falada. Fui revê-lo anos mais tarde apresentando um programa de esportes num dos inúmeros canais a cabo da Globo.

De Armando, pessoalmente, guardo duas passagens. Eu estava há menos de um ano à frente do Jornal da Globo quando cruzamos no corredor onde ficava a redação do Globo Repórter. Ele me parou e disse: “olha, eu quero te cumprimentar porque desde Heron Domingues não aparecia aqui um apresentador como a mesma naturalidade dele”. Heron era o ícone de toda uma geração de telejornalistas e ser comparado a ele era um elogio e tanto que elevou meu ego às alturas. Hoje, honestamente, não sei se foi sincero ou apenas uma frase de efeito com a qual seduzia todos que estavam entrando no império global.

Doutra feita, estava eu no Eng, a sala da técnica que comanda a transmissão dos telejornais, quando alguém me chamou ao telefone. Era o Armando: “Tenho uma boa notícia para lhe dar, a partir de agora você vai passar a ganhar cinco mil cruzeiros por mês”. Entre surpreso e curioso, rebati de primeira: “e o que é que vocês vão querer em troca?” Armando ficou visivelmente decepcionado com minha reação, esperava talvez um emocionado agradecimento de quem ganhava dois mil reais. Ora, pensei naquele momento, onde já se viu um patrão mais que dobrar o salário do empregado sem um motivo especial? Depois se esclareceu que eu, e todos os demais apresentadores, perdiam ali o status de funcionários da Globo e passavam a Pessoa Jurídica com contrato de firma. Na época uma novidade, hoje uma prática comum no mercado televisivo.

Mas apesar de todas as virtudes de Armando, cantadas em prosa e verso nos depoimentos de personalidades das artes, da política e do jornalismo, não dá pra esquecer que ele esteve à frente do jornalismo mais comprometido do Brasil: o que foi praticado pela Globo durante os anos da ditadura militar. O JN era conhecido como "o porta-voz do regime". As ordens que emanavam dos governos militares eram obedecidas sem questionamento. Não me lembro, sinceramente, de ter visto por parte dos profissionais da Globo alguma tentativa de desobediência ou de driblar a censura, como fez por exemplo o Jornal do Brasil, que saiu com aquela capa histórica no dia seguinte à decretação do AI-5, 13 de dezembro de 68, iludindo os militares fardados que ocuparam as redações assim que terminou a leitura do ato discricionário.

Eu estava na TV Globo durante o primeiro mandato de Leonel Brizola à frente do governo do Estado do Rio. Entrei em maio de 83, pouco depois da posse do novo governo, e o jornalismo da Globo passava por uma grave crise de credibilidade, com seus repórteres e carros ameaçados nas ruas pela população. Pesava sobre a emissora a acusação de, junto com a Proconsult, empresa contratada pelo TRE para apurar os votos da eleição direta para governador do Estado, em 1982, tentar fraudar o resultado para dar a vitória a Moreira Franco, o candidato do regime militar, apoiado pela família Marinho. Por engano ou má-fé, a emissora divulgava números que não refletiam a verdade da apuração.

Em 1984, no episódio das Diretas Já, onde atuei como narrador em off no comício da Candelária, no Rio, a postura da Globo foi a de ignorar por completo os movimentos populares que cresciam em todo país. Mas não bastava ignorar, era proibido usar a palavra “diretas” em qualquer situação, mesmo como notícia, contra ou a favor. Até que a pressão popular tornou-se irresístivel e a emissora foi obrigada a render-se ao apelo da população brasileira.

Em 1989, no segundo e último debate entre Collor e Lula nos estúdios da TV Bandeirantes, no Morumbi, quando eu tinha acabado de deixar a Globo e estava lá representando a Manchete, observei que Lula estava visivelmente cansado e abatido. Além do esforço da reta final da campanha, ele tinha sido acusado no programa de Collor por uma ex-namorada, Mirian, de tentar convencê-la a abortar uma criança (a filha dele, Lurian). Depois se soube que a estratégia (financeira) de colocar a enfermeira Mirian no foco da mídia a três dias da votação partiu de Leopoldo, o irmão de Collor e muito amigo dos Marinho. A família Collor é dona da emissora que retransmite a programação da Globo em Alagoas. Toda essa lembrança histórica é para dizer que Lula foi mal naquele segundo debate, mesmo assim a Globo, na edição da matéria, destacou os melhores momentos de Collor e os piores de Lula.

Os que têm boa memória hão de se lembrar da severa campanha do Jornal Nacional contra o então ministro da Justiça do governo Figueiredo, Ibrahim Abi-Ackel, que ousou impedir a liberação de uma carga de equipamentos supostamente contrabandeados destinados à TV Globo. Durante várias edições, o JN acusou o ministro de envolvimento no contrabando de pedras preciosas, no qual Abi-Ackel não teve, comprovou-se depois, nenhuma participação. Mas pouca gente lembra disso. É provável até que os jovens executivos da Globo “desconheçam” o fato ou, se souberem, contem uma história diferente.

Armando Nogueira estava à frente do jornalismo em todos esses episódios nebulosos que narrei com absoluta fidelidade. De uma maneira ou de outra compactuou com esse tipo de jornalismo corporativo e subserviente.

Talvez tenha faltado em Armando a coragem de assumir sua responsabilidade como diretor de jornalismo da Globo que notoriamente era o braço da ditadura militar na mídia. Sua memória estaria resgatada para sempre se um dia ele tivesse contado toda a verdade, que apenas cumpria ordens que vinham do oitavo andar, mais precisamente da sala do Doutor Roberto. Armando, como eu e todos os que trabalharam na emissora nos anos de chumbo, fomos cúmplices do regime. Uns por total desinteresse político, outros por opção ideológica, outros ainda por necessidade profissional.

Deixo aqui minha homenagem ao Armando Nogueira, poeta, cronista e escritor de texto sensível. E um adjetivo que ainda não ouvi nos inúmeros depoimentos sobre ele: um sedutor irresistível.
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Mais que confusão !

Lendo os jornais - os mesmos de sempre - e a opinião de leitores e internautas, estabelece-se a confusão:

1) Direitos Humanos somente no Irã e em Cuba. No Brasil, não. É coisa de quem defende os bandidos.

2) Greve somente na França e de fome, de preferência em Cuba. Professor paulista e médico do Ipsemg quando faz greve é só para tumultuar o trânsito e a vida do cidadão.

3) Falar do PAC é fazer campanha eleitoral. Inaugurar uma "cidade" de mais de R$ 1 bilhão, fazer discurso predominantemente de campanha e convidar governadores e ministros, não é.

E assim a vida segue!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Desinformação

Comentário do blogueiro Eduardo Guimarães

"Ontem à noite, na casa de minha filha casada, num jantar com ela e com
amigos, todos com nível superior, nenhum deles, inclusive minha própria
filha, sabia que o Democratas é o PFL.




Sinceramente, é desanimador."


Então, só para esclarecer, informar e ensinar

O DEM, foi PFL, que foi, PDS, que foi Arena, que sustentou a ditadura militar.

Pronto, falei!

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Video

Todo mundo já deve ter visto, mas não custa repetir:

Manipulação

Uma leitura desatenta e sem maiores filtros de pelo menos dois jornais brasileiros vai dar a impressão de que a culpa dos atoso do governador José Roberto Arruda é do... Lula.

Publicaram - ou melhor - distorceram a opinião do presidente sobre a prisão de Arruda. Lula disse que era lamentável a prisão, o fato em si. Ou é bom ver a corrupção assim tão escancarada? O fato é lamentável.

Enquanto isso, ainda não li, não vi nem ouvi ninguém indagamdo de José Serra o que ele achou da prisão de Arruda. Reforço: não vi, mas se alguém publicou, não chegou ao meu conhecimento.

Será porque Arruda andou sendo cogitado para ser o vice de Serra? Tudo indica que sim.

Como "O Globo" e "Folha" torcem descaradamente para o José Serra!



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sábado, 30 de janeiro de 2010

Ah! as pesquisas ...

A campanha mal começou e um fato se repete, ad nauseam.

Na divulgação de pesquisas eleitorais, quem ganha comemora e alardeia o resultado a quatro ventos. Quem perde, questiona a validade dos números e a credibilidade dos realizadores da pesquisa.

Foi assim quando José Serra estava na frente. Tucanos pipocaram foguetes difundindo a ideia que Lula não conseguirá transferir votos para a ministra Dilma Rousseff.

Dilma e os petistas, por sua vez, enxergaram ali mais um complô contra a candidatura e que os números foram inflados, criticando também os locais onde foram feitas as perguntas.

Com Dilma aparentemente crescendo, os papéis se inverteram.

O PT se enche de esperança, enquanto o PSDB põe em xeque a validade dos números.

O fato é que se o PSDB preteriu Aécio porque Serra se dava melhor com as pesquisas, esses últimos indicadores revelam que a estratégia deverá ser repensada.

E Aécio, que pela centésima milionésima vez insistiu que não será vice, está certo. Vice, não, mas que tal o candidato?
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Os dois pedaços do mesmo pão

Republico, sem maiores comentários, artigo do brilhante Mauro Santayanna.

Entre outras vozes que se levantaram, no Brasil, contra a nossa solidariedade para com o povo do Haiti, destacou-se a do senador Epitácio Cafeteira, do Maranhão. Sua excelência pertence às oligarquias daquele estado e, desde 1962, tem sido eleito pelo seu povo, um dos mais pobres do país. Homem rico, conforme a relação de seus bens divulgada pelo Senado – muitos deles imóveis valiosíssimos – Cafeteira dispõe de dois aviões e automóveis importados. No Senado, ao negar ao governo autorização para o envio de mais tropas brasileiras a Porto Príncipe, declarou comovente solidariedade com o povo brasileiro. Para ele, é necessário cuidar dos brasileiros, e não dos estrangeiros. E foi além: atribuiu à imprensa brasileira o destaque que se dá aos mortos do Haiti, em detrimento das vítimas nacionais das enchentes.

Nós poderíamos cobrar do senador solidariedade para com o seu povo mais próximo, o do Maranhão – como governador que foi do estado, e como parlamentar que o vem representando há quase cinco décadas. As mulheres quebradeiras de coco, os pescadores, os sertanejos e os caboclos maranhenses, castigados secularmente pela miséria, massacrados pelo latifúndio e, eventualmente, pelas cheias, estão esperando pela compaixão do senador. Cafeteira é um dos donos do Maranhão. Se houvesse nascido no Haiti, naturalmente pertenceria à elite mulata daquele pequeno país, e, morando na parte mais bem edificada de Porto Príncipe, não estaria necessitando da solidariedade dos outros. Estaria preocupado com seus aviões e seus automóveis e, provavelmente, com suas lanchas.

As seções de cartas dos jornais e alguns blogs da internet mostram que parcelas alienadas da classe média tornaram-se, repentinamente, também sensibilizadas com as enchentes e desabamentos em nosso país, e acusam o governo de se dedicar ao Haiti. Trata-se de um desvio singular da ação política. Animados pela hipocrisia, esses humanistas de última hora se esquecem de que, tanto como no Haiti, é a miséria que faz as nossas tragédias. É a falta de trabalho, de escolas, de saúde, de planejamento urbano, de reforma agrária, enfim, da dignidade que vem sendo negada aos pobres, desde que aqui chegaram os fidalgos ibéricos. Aqui – e na Ilha La Española, onde se encontra o Haiti. O subdesenvolvimento, causa de toda a miséria, não é maldição mas resultado de deliberado projeto de desigualdade. Quanto maior a miséria em torno, mais ricos se fazem alguns. Por isso impedem a reforma agrária e impedem a educação dos pobres. Sua filosofia é a de que só têm direito aos benefícios da civilização os que puderem pagar por eles.

Eles não sabem que uma das poucas alegrias das pessoas pobres é a do exercício da solidariedade. Não conhecem a felicidade dos trabalhadores que se organizam em mutirão a fim de reconstruir o barraco que desabou, ou de construir a moradia de dois cômodos para uma viúva e seus filhos. Os haitianos que perderam suas casas e seus familiares são seres humanos, exatamente iguais aos nossos pobres, que se veem nos olhos solidários dos soldados e dos voluntários civis brasileiros no Haiti.

O presidente Lula pode desagradar a muitas pessoas, por ter saltado etapas em sua realização pessoal. Ele deixou o chão da fábrica para liderar seus companheiros de classe e se tornou dirigente político e presidente da República. É um pecado imperdoável: não enfrentou o vestibular, não teve que cavar empregos seguros ou casamentos de conveniência para se tornar vitorioso: enfim, não serve de modelo para a formação de uma juventude alienada e consumista, instrumento para a segurança de parcelas das elites. É provável que, no caso do Haiti, o presidente reaja como o menino que enfrentou as cheias na periferia de São Paulo e conhece de perto a solidariedade dos pobres.

O Brasil, como um todo, não sendo ainda um país rico, age como seus pobres. Não há nenhum mérito em dar o que nos sobra. O mérito está em repartir o que temos e do que necessitamos. Poeta mais conhecido em Minas, Djalma Andrade resumiu este sentimento ao pedir a Deus que nunca o deixasse comer sozinho o pão que pudesse partir em dois pedaços.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Xenofobia doméstica


Um das discussões mais chatas e estéreis - além das críticas em torno da foto do presidente Lula com uma caixa

de isopor na cabeça - versa sobre o berço de nascimento da ministra Dilma Rousseff. É evidente que tudo começa com a tentativa, por parte do PT, de ressaltar sua mineiridade, como se isto vantagem fosse. Isto não a torna nem mais bela nem mais feia, nem melhor nem pior, nem mais competente ou não.

Da mesma forma, é desimportante escolhermos, aqui nas Minas Gerais, o nome de Aécio pelo simples fato dele ser mineiro. O que, de direito, não o é. Aécio nasceu no Rio, embora tenha família mineira e tenha migrado para Minas atendendo ao convite do avô Tancredo então governador do Estado.

Não votaria em Aécio pelo simples fato dele ser mineiro. Acho que seria o mesmo que votar nele só porque é cruzeirense (time do meu coração!).

Recuso-me a entoar a mesma cantilena: voto é coisa séria e a gente deve ouvir as propostas, pesquisar o passado do candidato etc etc etc etc etc....

Dentro deste raciocínio não deveríamos votar em gaúchos, já que três deles - Costa e Silva, Médici e Geisel - foram implacáveis generais da ditadura militar.

Não faz sentido.

A bem da verdade nem sei qual a real vantagem de se ter um presidente mineiro. Minas sempre teve lideranças importantes, Itamar assumiu a vaga de Collor, Lula tem ministros mineiros ao seu lado desde a primeira hora, o próprio Aécio foi presidente da Câmara e nenhum deles conseguir canalizar verbas para o metrô, por exemplo. Recife e Brasília estão à frente neste tipo de transporte, enquanto parlamentares mineiros mendigam verbas para o metrô que há quase 30 anos atende uma parcela muito pequena da população.

E nesta seara adormece mais uma lenda, tal qual a "Loura do Bonfim" e outras crendices belo-horizontinas. Há anos circula a versão de que o metrô não anda por pressão dos donos de empresas de ônibus preocupados com a concorrência. Ninguém nunca provou, os próprios empresário sobem nas tamancas quando o assunto é mencionado, mas o fato é que o metrô descarrilou em BH. E não há mineiro ilustre que traga dinheiro suficiente. Prova de que mineiro no poder nem sempre é sinônimo de prestígio e torneiras jorrando verbas públicas abundantemente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Campanha e preconceito

A campanha eleitoral que se aproxima tende a ser disputada ao rés do chão, ou seja, em baixo nível.

Dá para elevá-la, mas como o assunto divide paixões e posições antagônicas (nem tão antagônicas assim, se olharmos com cepticismo). Consideremos isso como um fator natural da política.

Mas o que não pode é a imprensa entrar neste clima de falta de propostas e partir para ofensas e críticas pontuais de mazelas dos candidatos.

A manchete de "O Tempo" desta quarta, 20 de janeiro, é um exemplo.

Dilma promete dinheiro para linha de metrô que não existe

A ministra, obviamente, incorreu em um erro. Desinformação, desconhecimento, lapso de memória, ato falho, ou tudo junto.

Não importa. Houve um erro que deveria ser considerado pela reportagem. E, em nome do bom jornalismo - aquele que manda ouvir "o outro lado" - checar a informação com a ministra
ou com sua assessoria.

Mas elevar o erro à enésima potência e superestimá-lo já entra em um reino perigoso. Principalmente porque o jornal enumerou outras gafes públicas de Dilma. Inócuas, diga-se de passagem.

E a intenção, deliberada ou inconsciente, é desmerecer a candidata. Não por suas posições políticas, seu programa, suas propostas. Mas por erros bobos. Não se trata de dourar a pílula e não registrar os erros. Mas dar-lhes a dimensão que merecem. Muito menos transformá-lo em manchete.

Erros, todos cometemos. Inclusive os próprios jornais. Mas transformar isso em campo de batalha é velha tática de uma boa parte da grande mídia.

O ex-governador paulista Franco Montoro era conhecido por trocar nomes. Proporcionou gafes - algumas engraçadas - em público. Isso diminui sua biografia ou mancha sua história?

Lula é tido como parvo, falastrão, demagogo, sem-educação, cachaceiro, analfabeto, peão e outras qualificações ao gosto de seus inimigos.

Antes que a pecha de lulista recaia sobre meus ombros, refresquemos a memória. O ex-presidente Itamar Franco, quando ocupava a Presidência, também foi igualmente atacado: mineiro, bobo, amante do pão-de-queijo, provinciano etc etc etc. Quem não se lembra da 'República do Pão de Queijo'?

Como não também não acrescenta nada ao debate e à campanha em si, falar dos atributos físicos de José Serra, do espírito carioca de Aécio Neves, da voz esganiçada de Marina Silva ou das vestimentas de Heloísa Helena.

Isso, de fato, empobrece o debate e deve passar longe das manchetes dos jornais.

Parece que Dilma também vai padecer com o mesmo preconceito. Antes mesmo de ser eleita. Se é que um dia vai ser.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Os arcanos da província

Não é do meu feitio transcrever pura e simplesmente coisas que se encontram no imenso oceano da Web.
Mas vou ceder às tentações do ctrl.C - ctrl.V. Afinal tenho de manter este espaço atualizado, limpo e higienizado.
O artigo é do brilhante Mauro Santayana.



Os dirigentes paulistas do PSDB fecham o cerco, nestas horas, com o fim de constranger o governador de Minas a disputar a Vice-Presidência, na chapa do partido. Eles podem não conhecer as razões de Minas, mas Aécio Neves, até mesmo pelas circunstâncias familiares, as conhece bem, e sabe que não pode recuar. Ele parece entender que, tanto em seu projeto biográfico quanto na fidelidade a Minas, não pode ser candidato a vice, mesmo com as excelentes relações que sempre manteve com o governador de São Paulo. Não é uma postura pessoal, embora, em Minas, quando se trata de política, seja difícil separar o indivíduo de sua grei.

Os mineiros brigam entre eles, armam ciladas, dissimulam os sentimentos, são astutos pecadores e espertos em negócios. Eles podem eventualmente aceitar que seus conterrâneos sejam atacados e ofendidos, como pessoas comuns, mas se tornam ferozes quando qualquer mineiro é atingido pelo fato de ser mineiro. Quando isso ocorre, reagem com o sentimento tribal. Sentem-se tocados, porque se irmanam ao ofendido, na identidade comum de montanheses. E quando qualquer um deles, em nome de sua ambição, rompe esse compromisso consuetudinário de solidariedade da província, os conterrâneos não o perdoam. Podem continuar convivendo com o trânsfuga, tratá-lo com elegância, visitá-lo na enfermidade e assistir a seu enterro, mas os gestos, o olhar, o altear das sobrancelhas, o movimento involuntário dos lábios, o constrangimento, demonstram o que lhes vai no fundo da alma. Não se trata de sentimento de desprezo. É, mais do que isso, discreta manifestação de piedade.

É também certo que não basta nascer em Minas para ser mineiro, como também não é necessário nascer ali para imbuir-se do caráter da gente da terra. Esse caráter é o resultado do ceticismo, da dúvida, de natural aceitação da transcendência, e providencial desconfiança de que Deus e o Diabo (sobretudo o Diabo) realmente existem. É em razão disso que Guimarães Rosa resume o mineiro, ao dizer que ele “escorrega para cima”. Escorrega para cima e diz “vou chegando”, quando está se despedindo. Não sabemos o que, exatamente, pensa Aécio, mas é bom apostar que ele conhece e respeita os arcanos da província. Ele sabe que, se ouvir o canto das sereias do Tietê, e aceitar ser vice, ambos – ele e o candidato à Presidência – correm o risco de perder as eleições em Minas, ainda que possam ganhá-las no resto do país. Essa seria a mais desoladora das derrotas para um mineiro.

Entre as melodias que cantam aos ouvidos de Aécio, nestas horas, há a da divisão do poder entre o vice e o presidente. Todos sabemos que, conforme a Constituição, no Brasil não há dualidade na chefia dos poderes, como havia no consulado romano. A atribuição de parcelas do Poder Executivo ao vice-presidente, ainda que houvesse, seria mera concessão, ad nutum, do titular, e não duraria mais do que a famosa rosa de Malherbe. Como dizem os mineiros, é melhor não.

É melhor não. Aécio tem a sua eleição garantida para o Senado, e dispõe de um capital considerável, que é a sua popularidade. Se ele fosse candidato à Presidência, e não tivesse êxito, seria, mesmo sem mandato, uma referência política nacional importante. Mas se perdesse as eleições, como o segundo da chapa, seria o vice do derrotado. Senador por Minas, Aécio continuará prestando seus serviços aos mineiros e ao Brasil, porque contribuirá, com suas ideias conhecidas, para a reconstrução do pacto federativo brasileiro. Essa é uma bandeira antiga do estado.

Um dos que menos conhecem Minas é o presidente do PPS, o ex-deputado Roberto Freire. Ao desmentir que seu partido pretenda propor o nome de Itamar Franco para a Vice-Presidência, afirmou que a agremiação trabalha para que o governador de Minas seja o candidato a vice, na chapa do PSDB. O político pernambucano foi deselegante com Itamar que, em nota distribuída à imprensa, deixara bem claro que o seu compromisso é com Minas e com o destino político de Aécio Neves. Freire, com sua alma de tucano de São Paulo, se soma assim aos que tentam constranger o governador de Minas.

O presidente Mário Soares disse, uma vez, que todos os políticos brasileiros deviam fazer um estágio em Minas, pelo menos durante alguns meses – “como fez Getulio Vargas, ainda adolescente”. O estadista português provavelmente tenha pensado no fato de que Minas, até mesmo pela fatalidade geográfica, é uma das mais brasileiras de todas as regiões nacionais

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010

Entre as minhas metas para este ano da graça de 2010 está manter este espaço mais atualizado, mais crítico, mais inteligente.

Por isso, em breve, volto a postar.

Aguardem notícias!

Obrigado!