Um das discussões mais chatas e estéreis - além das críticas em torno da foto do presidente Lula com uma caixa
de
isopor na cabeça - versa sobre o berço de nascimento da ministra
Dilma Rousseff. É evidente que tudo começa com a tentativa, por parte do PT, de ressaltar sua
mineiridade, como se isto vantagem fosse. Isto não a torna nem mais bela nem mais feia, nem melhor nem pior, nem mais competente ou não.
Da mesma forma, é
desimportante escolhermos, aqui nas Minas Gerais, o nome de
Aécio pelo simples fato dele ser mineiro. O que, de direito, não o é.
Aécio nasceu no Rio, embora tenha família mineira e tenha migrado para Minas atendendo ao convite do avô Tancredo então governador do Estado.
Não votaria em
Aécio pelo simples fato dele ser mineiro. Acho que seria o mesmo que votar nele só porque é
cruzeirense (
time do meu coração!).
Recuso-me a entoar a mesma cantilena: voto é coisa séria e a gente deve ouvir as propostas, pesquisar o passado do candidato etc etc etc etc etc....
Dentro deste raciocínio não deveríamos votar em gaúchos, já que três deles - Costa e Silva,
Médici e
Geisel - foram implacáveis generais da ditadura militar.
Não faz sentido.
A bem da verdade nem sei qual a real vantagem de se ter um presidente mineiro. Minas sempre teve lideranças importantes, Itamar assumiu a vaga de
Collor, Lula tem ministros mineiros ao seu lado desde a primeira hora, o próprio
Aécio foi presidente da Câmara e nenhum deles conseguir canalizar verbas para o
metrô, por exemplo. Recife e Brasília estão à frente neste tipo de transporte, enquanto parlamentares mineiros mendigam verbas para o
metrô que há quase 30 anos atende uma parcela muito pequena da população.
E nesta seara adormece mais uma lenda, tal qual a "Loura do Bonfim" e outras crendices belo-
horizontinas. Há anos circula a versão de que o
metrô não anda por pressão dos donos de empresas de
ônibus preocupados com a
concorrência. Ninguém nunca provou, os próprios empresário sobem nas tamancas quando o assunto é mencionado, mas o fato é que o
metrô descarrilou em
BH. E não há mineiro ilustre que traga dinheiro suficiente. Prova de que mineiro no poder nem sempre é
sinônimo de prestígio e torneiras jorrando verbas públicas abundantemente.