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De volta às origens

"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter." Cláudio Abra...

sábado, 21 de janeiro de 2012

"Você não entendeu o que eu quis dizer"

Mais uma da série "Você não entendeu o que eu quis dizer".

Corriam os anos pesados da ditadura militar, o pau quebrando, e um baiano maluco lançou uma música.

Como era de costume, a canção tinha de passar pelo crivo de censores - aliás, estúpidos e retrógrados como todos os censores.

Pois ninguém viu nada demais na música. Segundo ele, uma letra bobinha, um refrão mais ainda. Nada que abalasse a estrutura da família e ameaçasse a segurança nacional.

E vai que a música fez sucesso e quando foram perceber era um tremendo libelo contra a ditadura, a estupidez e a imbecilidade reinantes naquela época.


E não adianta
Vir me detetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar...

Mais Luiza (a última)

Luiza já voltou do Canadá e eu já fui mais inteligente, mas ainda acho que não contaram a origem da história pro Carlos Nascimento. Nem pra muitos que repetiram o bordão. Então vamos recapitular.

Um colunista social lá da Paraíba fez um comercial de imóvel e disse a famosa frase. Deslumbrado - como todo colunista social - e com a necessidade de mostrar ostentação - como todo pequeno burguês emergente - o dito cujo quis mostrar a todos que a filha estava no Exterior - como convém a toda mente colonizada.

Imediatamente, vira gozação. As pessoas repassam o vídeo e repetem o bordão. Foi uma maneira de mostrar a estupidez dos personagens, tolos, superficiais e frívolos.

A menina não virou celebridade por seus dotes intelectuais ou metafísicos. Foi por conta de uma gafe do pai.

E eu é que sou chamado de burro nesta história.

Francamente...


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Mais ou menos inteligente?

O comentário do Carlos Nascimento é o mesmo daqueles que criticam o BBB.

"Vejam sou inteligente, leio Homero no original, sei quatro idiomas, uso os talheres de forma adequada e sei combinar camisas e gravatas."

É o discurso arrogante do conhecimento acadêmico contra a "burrice" dos sem-diploma. O episódio trata de uma brincadeira, tão comum ao espírito brasileiro, e só. Daqui a pouco ninguém se lembra mais. E assim a vida segue.

E ainda tem o velho preconceito sobre tudo que circula nas redes sociais é de uma idiotice sem tamanho.

Chega desse complexo de vira-lata e essa repetição chata de "é-por-isso-que-o-país-não-vai-pra-frente"

Mais humor, menos rancor...

Bem vinda, tolerância

Não assisto nem gosto de BBB, mas tenho controle remoto e respeito quem gosta e assiste #prontofalei

A frase – ou post, como preferirem – foi publicado em minhas páginas pessoais no Twitter e no Facebook. E foram retuítadas e compartilhadas, recebendo uma saraivada de 'curti' e palavras de apoio. E até de reprimenda e críticas ao que foi chamado de 'politicamente correto'. Mas não seria normal, num mundo dito civilizado e democrático, respeitar as opiniões alheias, ainda que divergentes?

Não é assim que parece funcionar o mundo virtual, nem o 'mundinho' das redes sociais. Dezenas de posts circulam delimitando conversas e temas e fincando barreiras sobre o que deve ou não ser conversado. Talvez o BBB ganhe disparado. Tem até um filtro que bloqueia posts quer versem sobre os confinados globais e seus assuntos – ou a falta deles. Tem também a velha reclamação da 'orkutização' do Facebook – seja lá o que isso for.

Pois bem, sem qualquer arroubo de sociologia, vale frisar – e o próprio nome diz – são redes sociais. Elas existem muito antes de o avô de Steve Jobs ter nascido e surgiram da necessidade de o ser humano em se agregar em dividir angústias, dúvidas, alegrias e gritos de gol. O que mudou no mundo pós-Jobs e Gates é que elas foram incorporadas pelas tecnologias. São redes sociais, não redes tecnológicas.

Portanto, se são redes sociais trazem todos os vícios e idiossincrasias da sociedade. E, repetem, os mesmos cacoetes da desinformação e do preconceito. Pessoas são criticadas por seus gostos musicais, ridicularizadas por suas crenças religiosas, alvos de brincadeiras por conta do time pelo qual torcem... e por aí vai. E é evidente que é muito baboseira e futilidade nas redes sociais. Assim como na vida real.

Assim, sendo, meus amigos, não custa fazer uma forcinha e ser mais tolerante no mundo virtual. É mais do que óbvio que ninguém é obrigado a seguir ou ser amigo de ninguém. Eu mesmo, recentemente, andei fazendo uma faxina. Mas não se esqueça que nas redes tem gente. E gente torce pro outro time, gosta de outras coisas, de outros políticos, de outro filme...