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"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter." Cláudio Abra...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Cruzeiro 5 ... de novo!

O vídeo é antigo, mas a dublagem é nova e criativa.
Espero que todos tenham espírito esportivo e divirtam-se


sábado, 25 de abril de 2009

Manifestação em Ouro Preto

Achei que iriam ignorar a manifestação dos sindicatos em Ouro Preto. Postei o manifesto porque sabia que os jornais nem iriam tomar conhecimento.

Dou a mão à palmatória.

Os jornais publicaram. Alguns no último parágrafo. Outros ao lado da justificativa do governo - o famoso "o outro lado".

Menos mal!
Mas gostaria de ver se o mesmo espaço exíguo seria dado se o protesto fosse da CUT contra o presidente Lula.

Cenas Inesquecíveis VII - Boleiros

Já que domingo é dia de grandes decisões _ Cruzeiro X Atlético, Flamengo X Botafogo, Corinthians X Santos _ nada melhor que a cena inicial de "Boleiros", do diretor Ugo Giorgetti.

Que os juízes deste domingo não se inspirem no impagável personagem de Otávio Augusto, em "Boleiros"

Hora da leitura - A Infiel e a Virgem na Jaula



Agora que a polêmica do bispo de Olinda arrefeceu, é bom lembrar que o tema religião-opressão-obscurantismo não está restrito somente aos dogmas católicos. Em dois livros "A Infiel" e "A Virgem na Jaula", a cientista política Ayaan Hirsi Ali, somaliana de nascimento e atualmente residindo nos Estados Unidos coloca o dedo na ferida ao questionar, aberta e publicamente, a relação do islamismo com as mulheres.

Na primeira parte do livro, Hirsi Ali narra em pormenores como viveu o pão que o diabo amassou. Fugindo de guerras e golpes, morou no Quênia, passou pela Arábia Saudita e viveu longe do pai – um ativista político – mas ao lado da mãe conservadora e da avó, mas conservadora ainda. Mãe e avó não pestanejaram em recorrer à clitoridectomia, ou seja, seu clitóris e grandes lábios são extirpados a seco quando ela era criança. Caso contrário, poderia ser considerada uma prostituta.

As dificuldades e costumes tribais se sucedem em uma narrativa seca, sem rancor, mas com sensibilidade.
Na segunda parte, já vivendo na Holanda, para onde fugiu depois de recusar um casamento arranjado pelo pai, Hirsi Ali parte para algumas reflexões, depois de aprender o holandês (com méritos, pois já se comunicava em somali, inglês e um árabe rudimentar) e concluir a faculdade. Não antes de se eleger deputada no parlamento holandês.

Seu principal questionamento é que se os países cristãos devem sofrer porque são infiéis, porque os países muçulmanos é que se vêem envoltos em guerras e uma gritante pobreza? Quando tudo parecia se encaminhar para uma vida menos sofrida, a cientista política viu-se ameaçada e transformada em um Salman Rushdie de saias. Vive debaixo de um aparato militar e é jurada de morte pelos mais radicais e fanáticos que a acusam de profanar o Islã e o profeta Maomé.

Por conta de suas colocações, Hirsi Ali já perdeu um amigo, Theo Van Gogh, cineasta com que fizera o filme “Submissão”. Ele foi encurralado por uma radical e morto. Em seu peito foi cravada uma faca com um bilhete endereçado à escritora. Da forma mais paradoxal, o tal bilhete começava recorrendo a “Alá, o clementíssimo e misericordiossímo”.


Sem a menor dúvida, vale a pena se debruçar pelas quase 500 páginas de “Infiel”. A história, apesar de triste, é muito bem narrada e suas considerações finais a respeito de religiosidade e respeito à individualidade e ao livre arbítrio, são fundamentais em um mundo que precisa cada vez mais de aceitar e respeitar o outro.


Ao final, resta a dúvida: até quando a liberdade de credo deve ser aceita, mesmo que em nome desta fé sejam cometidas atrocidades e flagrantes desrespeitos a direitos humanos dos mais básicos e sem os quais a vida não ter o menor sentido?

Depois de "A Infiel", Ali Ayaan Hirsi Ali joga mais lenha na fogueira com seu livro "A Virgem na Jaula - Um apelo à Razão". A obra reúne alguns ensaios, discursos no Parlamento holandês (onde é deputada) e até o roteiro de "Submissão", filme odiado por nove em cada dez muçulmanos do planeta.


Ayaan Ali entra em temas muito mais que polêmicos, explosivos até, ao questionar o que chama de atraso do mundo muçulmano e seu histórico de violência, principalmente contra as mulheres. "Queremos o nosso Voltaire", brada a autora, fazendo menção a um dos ideólogos do Iluminismo, que por sua vez desembocou na Revolução Francesa e no respeito aos direitos humanos, principalmente o de expressão.

Apesar de respeitar a religião, Ayaan não se furta em questionar Maomé (ou Muhamed, como preferem os mais politicamente corretos) e culpar o islamismo pelo atraso econômico de alguns países que misturam Estado e religião. Ela vai mais além ao afirmar que não há "um muçulmano que tenha feito uma descoberta científica e tecnologia". E sentencia: "numa comunidade de 1,2 bilhão de fiéis, conhecimento e progresso não são aspirações prioritárias".

Ayaan ainda despeja pólvora na fogueira quando alinha, em um capítulo de seu livro, dez dicas para muçulmanas que querem fugir. Merece registro também seu levantamento sobre a "circuncisão feminina", meninas que têm o clitóris arrancado e a vagina suturada para tirar o prazer e mostrar virgindade. Uma prática tribal e que, segundo ela, conta com o "silêncio complacente" dos países desenvolvidos.


* AGENDA : "A Virgem na Jaula - Um Apelo à Razão", de Ayaan Hirsi Ali, editora Companhia das Letras, 224 págs., R$ 39

* AGENDA : “Infiel – A história de uma mulher que desafiou o Islã”, Companhia das Letras, 496 páginas, R$ 49.

Mendes X Barbosa II

Para quem não viu ou não sabe do que se trata.
O comentário está mais abaixo.

Farra aérea

Outro assunto que consome papel e horas de TV é o das passagens aéreas.

Só que desde que a capital federal mudou de mala e cuia para Brasília os nobre parlamentares têm o privilégio. Há excessos? Há. Mas há por trás de tanto bombardeio um interesse, difuso, de emporcalhar a classe política, criar um clima pesado e afastar o cidadão comum das coisas políticas.

Só que há uma outra coisa que ficou meio de lado. E as agências e as companhias aéreas não tiverem um dedinho de conivência? Não ouvi, não vi, não li nada a respeito.

Ninguém se esmerou em investigar se não há uma troca de interesses entre as companhias e alguns políticos. Pelo menos por enquanto.

Mas é comum isso no Brasil: acusa-se, julga-se e sentencia-se o corrupto. E o corruptor segue sem ser incomodado.

Mendes X Barbosa I


Eu sei que parece coisa de criança apartada depois de uma briga. Sempre um dos dois contendores se defende: "Foi ele quem começou". Mas a comparação cai como uma luva na discussão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Quem acompanhar o vídeo com cuidado vai notar que é o ministro Gilmar Mendes quem parte para o ataque dizendo: "Vossa Excelência não tem condições de dar lição de moral a ninguém".

Mantendo a atenção também dá para ouvir uma risada cínica de Gilmar Mendes, à semelhança de um vilão de filme de terror (de segunda categoria, diga-se de passagem).

Milhares de brasileiros - pelo que deu para sentir na internet e na seção de cartas dos jornais - apoiaram o ministro Joaquim Barbosa.

Outros tantos saíram em defesa de Mendes em nome da imparcialidade etc etc.

O fato é lamentável, mas não destrói o Judiciário. Ministros do Supremo não são semi-deuses. São como eu, você, nós: seres humanos.

O fato é que os dois se estranham há algum tempo e o pote de Barbosa deve ter se enchido. Pode ter perdido a compostura, a liturgia do cargo e outras atribuições da função, mas deve-se destacar duas frases:

"Vossa Excelência não está na rua. Você excelência está na mídia..."

"Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso."

A primeira é uma constatação. E a segunda? Uma grande indagação. O quê Joaquim Barbosa quis dizer? Porque nossa grande imprensa não corre atrás e esclarece a afirmação? Adoraria saber qual a relação de Gilmar Mendes com Mato Grosso. Fazendas? Provavelmente, já que criticou o Movimento dos Sem Terra (MST).

Quem são esses capangas, alguém pode me responder?

E a "Veja" que defende Gilmar Mendes e também já deu capa para Joaquim Barbosa (reprodução acima) quando ele foi designado o relator do mensalão, vai ficar do lado de quem?

Aguardemos os jornais de domingo!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Na moita!!

Peço perdão a quem tem visitado este espaço e o vê desatualizado. Como ainda não vivo exclusivamente da função de blogueiro, compromissos profissionais têm me deixado afastado. Mas garanto que em breve, volto para comentar dois assuntos:

* A farra das passagens aéreas
* O sensacional confronto Joaquim Barbosa X Gilmar Mendes, no plenário do Supremo.

Obrigado pela paciência e pela leitura!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

E o futuro??

O vídeo abaixo tem tantas informações que chega até a tontear, mas vale a reflexão.

O tempo vai passando, vai passando e continuamos com baixissimos níveis de educação. E não é só a educação formal, mas aquela educação que rima com cidadania.

Mas... assista ao vídeo. Vale a pena!


Manifestação dos sindicatos

Movimentos sociais e entidades sindicais prometem uma manifestação durante as comemorações do dia 21 de Abril, em Ouro Preto. Como já disse anteriormente, os sindicatos continuam atuantes, mas sem voz nos telejornais e grandes jornais de Minas. 

A alegação, segundo já ouvi de um integrante do alto escalão do governo de Minas, é que "eles estão fazendo política". Como se algum ato do governador, ou de algum governante, não fosse político. Ao dar este tom de eminentemente técnico ao governo atual, escondem que ele age - e é bom que o faça e assume que faça - atendendo a interesses e a ideologias políticas. Esconder isso, é manipular a informação e escamotear do lado de quem o governo realmente está.

Lançado em novembro, a manifestação é do Fórum Sindical e Social

Como contribuição à democracia, segue a íntegra do manifesto de fundação do Fórum e caso o governo queira se manifestar, o blog está de portas e links abertos : 

Os trabalhadores de Minas Gerais vêm a público denunciar o desmantelamento da estrutura do Estado em benefício de um projeto político pessoal, que vem acarretando um retrocesso histórico com o sucateamento de empresas e órgãos público como a Cemig, a Copasa, o Ipsemg e de outros importantes patrimônios do povo mineiro. 

Na saúde, a qualidade dos serviços e as condições de trabalho estão tão precárias pela falta de investimentos que até o Ministério Público do Trabalho repassou verbas para tentar minimizar problemas estruturais de algumas unidades. Os hospitais sofrem com superlotação, falta de equipes e de instalações para atendimento à população. 

Na educação, após décadas de luta pela valorização do magistério, presenciamos o governador de Minas Gerais se aliar a outros para impedir que o piso nacional de R$ 950,00 dos professores seja implantado.Na área de segurança, os investimentos divulgados pelo governo estão muito aquém das necessidades verificadas. São 14,3 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes e há superlotação em cadeias públicas sob controle da Polícia Civil. 

Enquanto isso, o governador Aécio Neves viaja numa sutil campanha eleitoreira e a sociedade fica trancada em suas casas com medo da violência nas ruas.A Cemig propõe cortes nos postos de trabalho, precarizando a prestação de serviços através da terceirização. Uma posição totalmente oposta aos lucros que vem apresentando há vários anos. Vale salientar que, em 2008, a empresa deve obter o maior lucro de sua história, cerca de R$ 2 bilhões

Já a Copasa, que fornece um serviço essencial à saúde da população, tem voltado seus interesses para as ações na Bolsa de Valores, deixando de investir em municípios que não dão lucros. A política adotada na empresa é discriminação de idade através da demissão de trabalhadores concursados, enquanto contrata assessores sem concurso público com altos salários. Ela beneficia ainda grandes construtoras com a prorrogação de contratos. 

Como se não bastasse, o governo Aécio Neves investe em práticas anti-sindicais que ameaçam os direitos e a liberdade de expressão dos trabalhadores. Exemplo disso são os ataques que o sindicatos vêm sofrendo com perseguição aos diretores, falta de agenda para reuniões de negociação, controle de informações, uso do poder da política contra as manifestações e processos judiciais. Tudo isto, visando o desmantelamento dos sindicatos. 

Cabe denunciar que, enquanto as empresas públicas mineiras gastam milhões de reais em publicidade, a população amarga faturas altíssimas de energia e de água. Esses mesmos cidadãos são impedidos de terem acesso a informações fundamentais de toda natureza devido ao silêncio incompreensível dos meios de comunicação. 

Nós, entidades sindicais, nos vemos na obrigação de alertar que o interesse público relevante como saúde, saneamento, educação, energia e segurança não está sendo prioridade neste governo.O “choque de gestão” implantado em Minas vem trazendo resultados apenas para os investidores estrangeiros e deixando de lado os interesses do povo mineiro. Não podemos mais esperar, resignados, que o nosso Estado, tradicional na defesa da liberdade, volte sua atenção para os interesses da sociedade. E preciso construir uma gestão democrática, que beneficie a população e, sobretudo, volte a dar espaço para a liberdade.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Yes, Weekend!

Para animar o final de semana!

A concentração escancarada

Livro mostra que meios de produção do país pertencem a 6% da população 

Reportagem da Radiobrás sobre o livro "Proprietário: Concentração e Continuidade" revela que os meiosde produçao e riqueza do país estão concentrados nas mãos de 6% dos brasileiros.

"A urbanização aumentou o número de propriedades e de proprietários, mas não acompanhou o aumento da população. A concentração permanece. Nós [brasileiros] nunca vivemos uma experiência de democratização do acesso às propriedades no nosso país”, disse Márcio Porchmann, presidente do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea). 

Ainda segundo ele,  O Brasil tem seus meios produção de riqueza mais mal distruídos entre os países da América Latina, por exemplo. E isso não deve mudar em um curto prazo, segundo o economista.

Precisa dizer mais alguma coisa?

A reportagem completa está no site da Agência Brasil

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Declame, não cante VI

Chico Buarque não merece um estrofe. Vale um poema inteiro. Mas, atenção: não vale cantar!

Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.

Cenas Inesquecíveis VI - "Luzes da cidade"

Charlie Chaplin relutou o quanto pôde em fazer filmes falados.
Pudera, o sorriso e o olhar do genial Carlitos na cena final de "Luzes da Cidade" dispensam qualquer texto, qualquer palavra...

Sindicalismo

O sindicalismo sumiu das coberturas dos grandes jornais. Quando aparece é por conta de ladrões disfarçados de sindicalistas.

Logo depois do fim do período militar, os sindicalismo voltou à tona. Líderes sindicais tinham voz e vez. Que o diga o vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, líder dos servidores públicos que ganhou notoriedade ao conduzir movimentos e pedir a cabeça do então governador Newton Cardoso.

Mas hoje os sindicatos parecem não ter mais voz. E o movimento dos agentes penitenciários deve ter divulgado que a categoria estava insatisfeita com medidas do governo de Minas. Só que na ânsia de blindar e proteger o governador Aécio Neves o assunto deve ter sido solenemente desprezado.

Pois bem, a população (leia-se também contribuintes) foi pega de surpresa com a manifestação dos trabalhadores que, literalmente, deu um nó no já confuso trânsito da capital mineira. Todos foram pegos de surpresa.

Os trabalhadores têm o mais amplo de direito de protestar, de revindicar, de se manifestar, de mostrar sua insatisfação com o governo Aécio. Só que o resto da população não fica sabendo de nada e quando tem notícia sobre o movimento é da pior maneira possível: preso em gigantescos engarrafamentos. E, claro, deve ter ajudado que os agentes são um bando de baderneiros!

Com a providencial ajuda dos grandes jornais, o governo vai jogando as coisas para debaixo do tapete. Se é assim que lida com a oposição - legítima e democrática - como o governador Aécio Neves vai agir em Brasília, se eleito for, onde as pressões são infinitamente maiores?

Março de 1964 - 45 anos - III

Esperei um ou dois dias para ver o que a grande imprensa publicaria sobre o golpe militar de 1964.

Golpe, aliás, que nos livros escolares, virou "Revolução".

A data entrou mesmo para a história. Poucos se atreveram a falar do período. Apenas citações a uma comemoração dos militares.

Apenas a TV Câmara levou ao ar um debate - quente por sinal - entre o coronel e ex-ministro Jarbas Passarinho (um dos signatários do AI-5), Ivo Herzog (filho do jornalista Wladimir Herzog, assassinado dentro de um quartel) e Marco Antônio Tavares (ex-deputado do PCB).

Hoje todo mundo - com as exceções de sempre - condena a ditadura. Mas o editorial de "O Globo" publicado em post anterior mostra que não foi bem assim não.

Uma coisa é certa: ditadura nunca mais!